A área da tecnologia
assistiva que se destina especificamente à ampliação de habilidades de
comunicação é denominada de Comunicação Alternativa (CA). A comunicação
alternativa destina-se a pessoas sem fala ou sem escrita funcional ou em
defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade de falar e/ou
escrever.
A CA pode acontecer
sem auxílios externos e, neste caso, ela valoriza a expressão do sujeito, a
partir de outros canais de comunicação diferentes da fala: gestos, sons,
expressões faciais e corporais podem ser utilizados e identificados socialmente
para manifestar desejos, necessidades, opiniões, posicionamentos, tais como: sim,
não, olá, tchau, banheiro, estou bem, sinto dor, quero (determinada coisa
para a qual estou apontando), estou com fome e outros conteúdos de
comunicação necessários no cotidiano.
Com o objetivo de
ampliar ainda mais o repertório comunicativo que envolve habilidades de
expressão e compreensão, são organizados e construídos auxílios externos como
cartões de comunicação, pranchas de comunicação, pranchas alfabéticas e de
palavras, vocalizadores ou o próprio computador que, por meio de software
específico, pode tornar-se uma ferramenta poderosa de voz e comunicação. Os
recursos de comunicação de cada pessoa são construídos de forma totalmente
personalizada e levam em consideração várias características que atendem às
necessidades deste usuário.
O termo Comunicação
Aumentativa e Alternativa foi traduzido do inglês Augmentative and
Alternative Communication - AAC. Além do termo resumido "Comunicação
Alternativa", no Brasil encontramos também as terminologias
"Comunicação Ampliada e Alternativa - CAA" e "Comunicação
Suplementar e Alternativa - CSA".
O que é um
sistema de símbolos gráficos?
Para a confecção de
recursos de comunicação alternativa como cartões de comunicação e pranchas de
comunicação são utilizados os sistemas de símbolos gráficos, que são uma
coleção de imagens gráficas que apresentam características comuns entre si e
foram criados para responder a diferentes exigências ou necessidades dos
usuários.
Existem diferentes
sistemas simbólicos, sendo os mais importantes: PCS, Blissymbols, Rebus, PIC e
Picsyms.
Um dos sistemas
simbólicos mais utilizados em todo o mundo é o PCS - Picture Communication
Symbols, criado em 1980 pela fonoaudióloga estadunidense Roxanna Mayer
Johnson. No Brasil o PCS foi traduzido como Símbolos de Comunicação
Pictórica. O sistema PCS possui como características: desenhos simples e
claros, fácil reconhecimento, adequados para usuários de qualquer idade, facilmente
combináveis com outras figuras e fotos para a criação de recursos de
comunicação individualizados. São extremamente úteis para criação de atividades
educacionais. O sistema de símbolos PCS está disponível no Brasil por meio do
software Boardmaker.
Pranchas com
símbolos PCS
Descrição de imagem: Visualiza-se uma
prancha de comunicação com dezoito símbolos gráficos PCS cujas mensagens
servirão para escolher alimentos e bebidas. Os símbolos PCS estão organizados
por cores nas categorias sociais (oi, podes ajudar? obrigada); pessoas (eu,
você, nós); verbos (quero, comer, beber); substantivos (bolo, sorvete, fruta,
leite, suco de maçã e suco de laranja) e adjetivos (quente, frio e gostoso).
As
pranchas de comunicação têm múltiplas utilizações, tanto podem ser utilizado na
comunicação propriamente, como também recurso na organização do pensamento,
raciocínio lógico, enriquecimento do vocabulário e normatização das AVDs (Atividades
de Vida Diária). O diferencial deste recurso é a possibilidade de confeccionar
novas pranchas a medida que a pessoa supera a dificuldade, adequando e
adaptando as necessidades e respeitando o ritmo de cada um.
No
caso particular de Mariana as pranchas ajudam de maneira objetiva em sua
comunicação, já que a aluna apresenta déficit acentuado na área de linguagem,
sendo necessário estabelecer um meio de comunicação positivo e progressivo para
que a mesma tenha uma interação social e pedagógica de qualidade. Pode também
ser utilizado para a normatização das atividades de vida diária através da
associação de ideias com as imagens das ações cotidianas.
Fonte: http://www.assistiva.com.br/ca.html